sábado, 31 de dezembro de 2011

ORLANDO, FLÓRIDA, USA - SEGUNDA VEZ

      Como a primeira viagem à Disney a gente nunca esquece, planejamos uma segunda para um ano depois. Logicamente acreditamos que sabíamos tudo sobre Orlando, Disney, Flórida... Sim, foi bem mais fácil do que a primeira vez e teve quase a mesma graça do que na primeira vez, mas descobrimos que a cada vez que se vai, há muito mais o que descortinar.
Castelo da Cinderela no Magic Kingdom
      Novas atrações, como o mundo de Harry Potter, que estava em construção em 2009, novos ângulos, novas emoções, personagens com os quais não trombamos antes. Um segredo escondido, alguma fantasia. Tudo perfeitamente maravilhoso como da primeira vez. Mas tudo muito mais fácil. Já sabíamos alguns macetes dos quais apanhamos da primeira vez.
Área do Harry Potter na Island of Adventure
     E em Orlando, a ordem é não parar, caso se queira aproveitar cada centavo investido. Mas fomos em Julho... e Julho, não recomendo a ninguém, a não ser que não se tenha outra opção. É calor demais, lotado demais por causa das férias escolares, há filas em todos os brinquedos, muito sufocante. Faz-se metade das coisas que se faria em outra época. Orlando é muito quente e a ordem é manter-se hidratado. Mas não com Coca-Cola, como fazíamos...
    Viajar com bebês para a Disney é perfeitamente possível, desde que se compre um carrinho (que sai muito mais barato do que alugar um a cada dia). Há estacionamentos para carrinhos quando os bebês podem frequentar as atrações e ninguém, absolutamente ninguém vai mexer nas suas coisas.

World Showcase - Canadá - Epcot
     Tantas e quantas vezes for possível viajar para os Estados Unidos, será iconcebível não se deliciar com a criatividade e organização dos norte-americanos. Eles tornam mais fácil o dia-a-dia de maneira muito simples. E tudo parece um brinquedinho para os brasileiros embasbacados com tanta novidade. A cultura da limpeza que não se pratica aqui, brasileiro respeita rigorosamente lá.

Epcot Center
           A minha intenção aqui é só registrar o quão legal é ter a chance de se sentir criança na terra onde se esquece os problemas, na terra em que a realidade é outra. Pelo menos para mim, os dias de Flórida são dias de canseira e, ao mesmo tempo, dias de "relax". São dias de intensa caminhada, e dias de comer muito hambúrger e besteiras. Dias de entrar no Wal Mart e não saber o que comprar primeiro... e pensar em como é complicado ser brasileiro, pois na América do Tio Sam, as pessoas podem viver prazerosamente. No Brasil, há luxos que não podemos nos dar. Algumas pessoas jamais poderão.

Enzo no Epcot

De volta para o Futuro na Universal

Tubarão e Mickey na Universal
      Dias na Disney para mim são dias de contrastes, dias de observação, dias de alegria, dias de comparação com o nosso "way of life" aqui do Brasil. Desfruto em Orlando deliciosos momentos onde me nivelo aos meus filhos quando não estou pensando em coisas que só os adultos podem se preocupar. São momentos de abstração, de distração, da felicidade incansável. Os EUA fazem jogo duro, mas é uma delícia poder freqüentar um país onde embora muita coisa pareça ter saído de um conto de fadas, a realidade é que as coisas por lá de fato funcionam. A vida real é que é legal.  A primeira, a segunda, a terceira e todas as vezes quantas forem possíveis na Disney, a gente nunca esquece.
   

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

ORLANDO, DISNEYWORLD, USA

      Impossível traduzir em palavras a sensação de estar na Disney pela primeira vez. O depois é que é o mais grave, pois a gente vicia e quer ir todo ano. Já estivemos lá 3 vezes, mas a primeira foi realmente mágica para mim. Arrisco dizer que mais para mim até do que para meus filhos.
      É clichê dizer que é a realização do sonho de infância, mas clichê ou não, não deixa de ser nenhuma verdade. Não há quem não tenha sonhado um dia em estar lá. Embora eu tentasse ser diferente das outras crianças dizendo aos quatro ventos que eu não fazia a mínima questão de estar na Disney, traçando roteiros para a Europa desde pequena, a minha primeira viagem para os EUA foi para lá, e eu me entreguei de vez aos encantos de Orlando.
Primeira vez no Magic Kingdom com meus filhos
     Orlando tem tudo a oferecer para muitos dias que vão parecer poucos. Você dorme tarde e acorda cedo e não quer que o dia termine porque não deu tempo de fazer tudo o que planejou. A sensação de que mais me recordo é a dos meus pés doloridos de tanto andar, sendo que isso não fazia a menor diferença. O que é isso frente à magia que nos envolve a terra do Mickey Mouse?
Main Street - Magic Kingdom
     Tudo é tão rigorosamente limpo e tudo funciona tão orquestradamente de forma simples que fica difícil de acreditar porque nós, brasileiros, não pensamos em certas coisas antes. As palavras são funcionalidade e ordem, limpeza e educação. Parques, montanhas russas, outlets e muita diversão são o motivo da viagem, mas não o todo quando nos deparamos com tanta coisa legal por lá. Tudo o que se vê é tão diferente que enche os olhos de crianças e grandinhos. E os grandinhos parecem crianças quando se deparam com cenas de suas infâncias nos parques, ou quando encontram o que precisam e o que nunca pensaram em precisar nos outlets a preços inimagináveis de Orlando. O português, com tantos brasileiros em cada cantinho da cidade, acaba sendo até ignorado de tão freqüente.
Marvel Super Heroes - Islands of Adventure
     Os quatro grandes parques da Disney: Magic Kingdom, Animal Kingdom, Epcot e Disney's Hollywood Studios são moldados pela perfeição com que a Disney impõe à sua marca. Os parques da Universal são moldados pela aventura e pela característica blockbuster. O Islands of Adventure, na minha opinião, é o mais completo de Orlando, pois reúne cenário, super heróis, o bruxinho Harry Potter, excelentes brinquedos e diversão sem fim. Na primeira vez que fui, o Castelo de Hogwarts ainda não estava por lá. Mas foi muito bom mesmo assim. No ano seguinte, apareceu em um passe de mágica...rsrsrs
Parque da Universal
     Nos parques, é necessário chegar cedo, pegar um mapa, traçar o seu caminho para que não se perca muito tempo atravessando longas distâncias e aproveitar os extras: Fast Pass na Disney (a cada 2h você pode retirar um ticket com hora marcada para furar fila em um brinquedo concorrido) ou comprar o Express na Universal. Vale muito a pena em épocas de movimento.
Família com Minnie no Animal Kingdom
     Virar criança outra vez ficou ainda mais fácil em épocas que o brasileiro anda viajando muito. Ainda mais reunindo diversão com compras, que é o que Orlando reserva de melhor para quem está cansado de pagar caro por tudo no Brasil. É como se esses dias fossem um presente absolutamente indispensável ao menos uma vez na vida. E mencionando outro clichê, "a primeira vez a gente nunca esquece".

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

SOWETO, AFRICA DO SUL

      Se a África do Sul tem uma história bem complexa, que martelou muito em minha cabeça - grande parte dela ficou a cargo de Soweto, bairro de cerca de 3 milhões de habitantes ao lado de Johannesburg.
Entrada de Soweto
      Local onde 99,99% da população é negra, Soweto foi o berço de Nelson Mandela e das reuniões revoltosas para desbancar o Apartheid. Em uma só rua - Villakazi Street - moraram 2 Prêmios Nobels da Paz: o próprio Mandela e Desmond Tutu. A Igrejinha "Regina Mundi", visitada por Michelle Obama recentemente, foi o local onde os cabeças para o fim da discriminação racial se encontravam.
Regina Mundi, a Igreja das reuniões de Mandela
      Os negros foram mandados para Soweto em casas muito simples para que os brancos dominassem Johannesburg sozinhos. De tanto serem perseguidos e tratados como animais, fizeram fervilhar em um só local os rancores que impulsionariam seus atos. Bombas na cidade, terrorismo a qualquer hora, corações revoltados. O estopim da crise foi quando cerca de 400 crianças morreram em um massacre em uma escola de Soweto, onde morreu Hector Pietersen, carregado pelos braços em uma foto que correu o mundo e fez com que a ONU impusse pesadas sanções sobre o país em 1976.
Casinhas em Soweto e o Brasil no meio
     Soweto fez o mundo acordar para a injustiça do Apartheid. Demorou, mas Mandela saiu da prisão no início da década de 90, após sofrer em uma ilha por anos e anos. Em 1994, tornou-se Presidente. Soweto foi também palco do Estádio de Soccer City na Copa de 2010. O futebol é preferido pelos negros do país. O rugby, pelos brancos. Pois é, a ferida ainda é recente para que concordassem em tudo.
Soccer City - Estádio Copa 2010
    O fato é que Soweto não amedronta como disseram. São só pessoas normais vivendo suas vidas.
   

JOHANNESBURG, ÁFRICA DO SUL

      Os próprios sul-africanos nos confessaram que após alguns vislumbres do despreparo para o turismo em massa em meio ao maior evento que o país já sediou, a África do Sul viu seu número de visitantes despencar de 2010 para 2011. Devo concordar em alguns pontos, já que a segurança não é o forte deles. O despreparo em outros itens fundamentais para receber tanta gente também me deixou intrigada.
Hotel Sunny Side - estilo Vitoriano
      A maior cidade da África do Sul - Johannesburg - não oferece transporte público como metrô ou simplesmente táxis. O que eles chamam de "táxi" é meio que um transporte coletivo, feito em vans. Se o turista quiser conforto para se locomover, deve contratar no próprio Hotel um serviço para isso com uma agência que disponibiliza um guia - que não é nada barato. Não sei dizer como foi na época da Copa do Mundo, mas para mim foi exatamente assim. Os Shoppings ficam abertos até às 18h, e as praças de alimentação, até às 20h. Ou seja, ficamos presos ao Hotel em estilo vitoriano - maravilhoso, por sinal - com um clima de antigamente, com músicas orquestradas de antigamente, que mais faziam o Hotel, que foi uma mansão de famílias da mineração há mais de um século, parecer uma casa mal assombrada.
Hotel em Johannesburg
       Acabamos curtindo o clima, já que a diversão lá fora não era algo tão simples. E estava muito frio!  Mas saímos sim de carro para conhecermos Sowetto, e acabamos conhecendo os arredores. Johannesburg, apesar de ter nos assustado um pouco - é uma cidade linda, com bairros caros e casas espetaculares. É uma cidade bem nova, que cresceu em torno das riquezas das minas da Região. Passamos em frente à atual casa de Nelson Mandela e de sua Fundação. Para mim, foi uma honra estar tão pertinho da História e tirar minhas próprias conclusões sobre tudo. Pois a melhor história é a que contamos a nós mesmos. A nossa visão sobre o mundo não precisa ser exatamente como o mundo nos conta.
Vista do alto de Johannesburg

Centro de Johannesburg
    Apesar do que dizem, eu estava no coração da África. E o Brasil nem é aquelas coisas de tão seguro para que eu me espante tanto assim...  Apenas espero que 2014 não traga os efeitos danosos que causou na África. A África focada nos turistas - a África dos Safáris - está bem distante da África dos grandes centros. Talvez até um pouco injustiçada, apesar dos pesares, a África do Sul vale e muito uma visita. Foi uma pena não ter dado tempo de irmos para Cape Town. Aí sim creio que teríamos tido uma outra impressão.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

PRETÓRIA, CAPITAL DA ÁFRICA DO SUL

           Capital administrativa da África do Sul, Pretória surpreendeu por revelar uma faceta daquele país que estava escondida dos turistas, boquiabertos com a beleza da África dos Safáris. O fato é que a história aqui é outra. Ou melhor, a história aqui apenas fica menos obscura. Mais às claras, pude ver transitar à minha frente um país ainda dividido pelas lembranças do apartheid. Ninguém admite. É como se cochichassem pelos cantos, com se os lados outrora opostos colocassem intrinsecamente a culpa no outro.
           Não é fácil entender de primeira a história do país. Por ficar na "esquina" do mundo, do descobrimento, das explorações na época das grandes navegações, a África teve muitos interessados em dominar as suas terras. Os holandeses foram os mais presentes, seguidos dos ingleses. Mas o fato é que as novas gerações que na África nasceram não faziam parte do país de onde seus avós partiram. Eles eram a nova nação sul-africana, com amor pela pátria onde haviam nascido.Obviamente, acabaram se confrontando com séculos de tradição de tribos locais, com seus próprios idiomas e dialetos. Uma disputa de dominação que perdura nas entrelinhas.

Jardins de Pretória
       Tantos povos em um mesmo local que resultou em um país com 11 línguas oficiais (e coloque inglês difícil nisso!!!). O "africanês", língua oficial da África do Sul falada pelos brancos que aqui criaram raízes, acabou gerando um conflito sem precedentes na década de 70, quando imposta nas escolas. Em 1976, houve um massacre em Soweto, onde cerca de 400 crianças negras que se recusavam a tê-la como primeira língua oficial ensinada nas escolas foram mortas pelos policiais, fazendo com que a ONU impusesse pesadas sanções comerciais ao país.

Praça com Estátua de Paul Kruger, importante Presidente
            Depois que os negros assumiram novamente o governo com Nelson Mandela, no início da década de 90, os brancos dizem que o país perdeu um pouco o controle de suas fronteiras e muitos povos de países miseráveis do continente estão vindo para o país. Isso fez aumentar a violência e o desemprego. Para os brancos, que hoje são a minoria, vale a pena ir embora de sua nação para tentar a vida em outro lugar, pois foram criadas leis que protegem os empregos para os negros. Ir embora da própria nação, sentir-se sem pátria, não deve ser muito fácil. Por outro lado, ter sofrido o que os negros sofreram... pudera! Por isso Nelson Mandela é venerado pelos negros que se libertaram da humilhação de serem tratados como escravos de seu próprio país, de sua cor, como se a cor pudesse mudar o seu caráter. Por isso eu digo que, apesar de todos os problemas, às vezes é bom ser brasileiro. Mas só às vezes. 
Arquitetura européia
Sede do Governo, Union Building
             Enfim, ressentimentos à parte, a cidade é muita bonita, não fosse o perigo de assalto que ronda os turistas. O encantamento com que fui invadida pelo país nos primeiros dias acabou esmorecendo aos poucos, mas não de todo, quando vi que um país tão lindo ainda está dividido pelos seus próprios rancores. O turismo de fato caiu no país após a Copa de 2010. As cidades são lindas, há história em todo o canto, essa história que se faz de velha, mas está presente em todo o lugar. O fantástico Union Building, sede do Governo, poderia até parecer fazer parte da Europa... mas estávamos na África... uma África que nem sonhava tentar decifrar.

sábado, 12 de novembro de 2011

NEW YORK, NEW YORKER, NEW YORKING..

        Muita coisa já foi dita e escrita sobre New York. Filmes destrincham suas esquinas, viajantes de todo o mundo desvendam os seus segredos, as pessoas tentam descrevê-la, mas nada como sentir NY. O cheiro de NY, o clima de NY, a alegria contagiante das pessoas que desfilam por aquelas ruas. NY é indescritível, mas podemos tentar. É meio como estar no topo por alguns dias, no centro do mundo, no umbigo do universo.
        NY não é americana, mas sim do mundo. Não tem jeito, em Manhattan você é surpreendido a cada esquina, com uma inesperada surpresa arquitetônica, ou com histórias que já viu em filme, ou com celebridades que dão sopa de vez em quando. E mesmo estando em plena Times Square, onde diversas línguas do mundo todo atravessam a qualquer tempo o seu caminho, é como se soasse tão familiar quanto estar na esquina de casa.
Empire State Building
         E mesmo percorrendo os caminhos de praxe de uma cidade fervilhante, fica sempre a sensação de que há muito, muito ainda o que fazer em NY. O charme de estar em NY é atravessar Manhattan a pé, desde Wall Street até os confins do Harlem. Lógico que isso é impossível de uma só vez, mas pode-se desvendar detalhes a cada dia.

Central Park

Ponte do Brooklyn
          A Ponte do Brooklyn deve ser realmente atravessada a pé. Ver Manhattan a partir do outro lado é uma dádiva. O Skyline de Lower Manhattan, com a paisagem do Píer 17 e o Southstreet Seaport ao fundo, em um clima romântico de início de inverno, dão um charme à cidade que não está em nenhum filme. O ferro fundido do SoHo, com os brownstones das construções tradicionais e até sombrias da cidade, a magnitude do Central Park, a arte latente, o glamour da 5a. avenida, a sensação de estar em frente ao Dakota, onde John Lennon foi baleado, o Empire State, a Macy's, o vazio do World Trade Center... e a força dos norte-americanos em reerguer a sua auto-estima em um novo edifício... tudo isso é parte de NY. E depois de uma visita, NY se torna parte de você.
Battery Park, em frente ao Hudson River
         Porto de entrada para a leva de imigrantes que povoou os Estados Unidos, em uma inspeção rigorosa na Ellys Ilsand, próxima à ilha onde fica a Estátua da Liberdade, NY é parte da construção de um país. Mais do que isso, continua sendo porto do mundo, cidade universal para quem quer bater no peito e dizer que já foi para New York. Pois é... eu posso bater no peito e dizer... E isso fará parte de mim para sempre. Ir a NY é como debutar em viagens de gente grande! Quem é que nunca se sentiu importante ao se ver em NY?
 

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

PILANNESBERG RESERVE, ÁFRICA DO SUL

          África do Sul maravilha! O país do inconcebível apartheid, tão dividido... Em preto e branco, suas imagens do passado são hoje sombra, nuvem espessa ainda encobrindo a história tão recente. Há um clima no ar. Alguns ressentimentos espalhados em uma nação que se refaz ainda podem ser sentidos. Mas se perderão na mão do tempo, nos ventos de paz que revoam por entre os anos e ameaçam dissipar a espessa nuvem. Eu pude ver uma África multicolorida. O passado colore as histórias do imaginário dos turistas, que se encantam com o vermelho, o verde, o alaranjado do país das minas, das savanas, dos animais livres, das pessoas livres, outrora escravizadas no ideário de sua própria nação.
        Depois de nos encantarmos com Sun City, fomos de fato conhecer a África que os turistas mais sonham: a África dos Safáris. Chegamos ao Sheeperds Tree Game Lodge (Sheeperds é uma árvore típica da região), bem no meio da reserva de animais de Pillanesberg, com 60 mil m2, e fomos pegos de surpresa: em um primeiro momento não imaginávamos a exclusividade do Lodge: ele teve como primeiros hóspedes a Seleção de Futebol de Portugal durante a Copa de 2010. O hotel aos poucos revela sua delicadeza. Estar ali, no meio de uma reserva de animais, no verdadeiro silêncio da África, é algo muito peculiar.

Cratera do extinto vulcão em Pilannesberg

Muito frio no fim da tarde
          Fomos recepcionados com coquetel e música, tínhamos um quarto retirado das áreas comuns com uma cama gigantesca e vista para a reserva, e podíamos ser levados até lá de carrinho de golfe. O restaurante era daqueles com chefs premiados e não havia nada a fazer lá a não ser relaxar, comer e esperar a hora do Safári, que fazíamos no por do sol e ao amanhecer. Isso mesmo: antes das 6h da manhã, em um frio de 0 grau, íamos nós em busca de leões.

Sheeperds Tree Game Lodge, Pilannesberg

Safari na África do Sul, Pilannesberg

Família de Elefantes, Pilannesberg
       Em um verdadeiro jogo de caça (saudável), é uma sensação de vitória ou fracasso ficar em busca dos animais. Estivemos cara a cara com leões, elefantes, javalis, girafas, gnus, impalas e muitos outros.  A África rendeu muitas histórias divertidas. Não há como ir embora daquele jogo sem se sentir um pouco Indiana Jones! Mas bom mesmo era aproveitar o chocolate quente e as comidinhas que o nosso Ranger preparava no topo da montanha, com a cratera do vulcão extinto há milhares de anos aos nossos pés. E ele dizia: "Isso é África". Uma África de muitos tons de verde, vermelho, amarelo... Suaves tons inesquecíveis para mim.
    

domingo, 9 de outubro de 2011

SUN CITY, ÁFRICA DO SUL

      Depois de retornarmos de Hong Kong, ao invés de seguirmos viagem com o restante do grupo, paramos na África do Sul e nos permitimos passar 5 dias maravilhosos bem no meio do caminho entre nossa casa e a China!   
      A África do Sul é mesmo colorida, vermelha ou apenas sequinha, como as cores que aquele inverno pálido impuseram às savanas. Mas há tantas cores nas entrelinhas desta tonalidade suave, que é impossível não se apaixonar. Estivemos no lugar talvez mais suntuoso de toda a África do Sul: o complexo de Sun City, a 2h de carro de Johannesburgo.
     O "Palace of the Lost City" é o hotel mais luxuoso de todo o complexo, que conta com 4 Hotéis e muita diversão. Há de tudo lá: campo de golfe, animais e até uma praia artificial. O Cassino era a atração principal na década de 60, pois era o único local permitido para a prática de jogos de azar no país.
     Levamos um dia e meio para percorrermos boa parte do local, mas se estivesse calor, juro que eu ia querer ficar mais. Não tinha como não pensar nos meus filhos, pois além de Sun City ser a cara da diversão, eu já estava com muita saudade deles... afinal, já fazia quase 30 dias que estávamos longe!
Campo de Golfe de Sun City

Palace of The Lost City, Sun City

Caminho com elefantes em Sun City

Praia artificial, Sun City
      O inglês carregado de "rrrrrssss" daquele país e o grande preparo que eles têm para encantar os turistas me fizeram cair de amores pela África do Sul! Charme é a palavra de ordem para aquele lugar.

HONG KONG

    Com moeda e câmbio diferentes, apesar de ter sido devolvido pela Inglaterra à China em 1997, depois de anos de domínio britânico após a Guerra do Ópio, Hong Kong não quer ser China. Ponto estratégico na era das navegações, hoje Hong Kong nem mesmo tem o mesmo Governo comunista e nem gosta de ser chamada de China.   Hong Kong, ao contrário do que muitos pensam, é uma pequenina ilha. O seu território todo, enfim, não diz respeito somente à ilha: há outras partes, como o território e a Ilha de Lantau, etc... Para cada Km2, há em média 40 mil pessoas, o que eu achei um absurdo.
   

Parede incrível no Restaurante Jumbo
   Muitos prédios altos, novos e velhos, retrato da velha e nova Hong Kong que desponta para o mundo com a sua vastidão de containers... Impressionante saber que um monte de coisas que chegam em nossas casas saem daquele porto, do outro lado do mundo!


A caminho do famoso Jumbo
 Aliás, HK é lindíssima. A começar pelo Alto do Pico Victoria, onde ficam multimilioários que desfilam seus carrões por HK como se fossem fusquinhas. Mas eles sabem que ostentam e gostam disso... Há também um interessante Canal onde passeiam barquinhos que parecem não terem mudado com o passar dos séculos, como se a era do descobrimento ainda estivesse acontecendo. Acho até que ainda está. Lá é que fica o Restaurante Flutuante Jumbo, que se não me engano, está no filme 007 - o último. É um flutuante com colunas de mármore e de uma suntuosidade jamais vista num lugar tão imprevisível. 


A pequena Ilha de Hong Kong
   Nada na China ou em HK foi previsível para mim. E isso é que fez desta viagem algo tão maravilhoso. Mas antes, uma última tentativa de absorvermos o local até o último de nossa alma... e fomos gastar em HK, é claro!

Containers para o mundo
   Agora que estou aqui no Brasil, é muito estranho, pois parece que somos íntimos da China... e nem parece que estamos tão longe! A China ficou tão dentro de mim que sinto que acordarei lá a qualquer hora.

Mais compras em HK

A história revisitada

Jumbo

    
   

HANGZHOU, CHINA

   O paraíso na Terra. Assim é definida Hangzhou. E eu diria que fica bem próximo a isso, não fosse o calor infernal que enfrentamos em Julho em uma das cidades mais mágicas da China.
    O taoísmo sempre presente no gigantesco baguá que pode ser avistado do alto de uma montanha, a paisagem do lago Oeste que empresta sua estampa para a nota de 1 Yuan, as árvores que serpenteiam por toda a cidade, seguindo ou não o curso do lago. E jardins para nos lembrar que a vida é feita de momentos e que precisamos nos perder em caminhos sem destino antes de voltar à realidade das pressões cotidianas. Uma cidade às avessas dos arranhas-céus de Shanghai, bem próximos dali.
    
Lago Oeste (West Lake)
     Este foi o momento que a viagem realmente balançou as minhas estruturas: havia gente que estava ali para sentir a viagem, a cultura, quiçá uma mudança de comportamento baseado na observação da sabedoria chinesa. E havia gente que estava ali como se houvesse ido comprar um suco na esquina.
"Impressions of West Lake", Kitaro
      Eu, que sonhei por toda a minha vida em conhecer os lugares que eu morria de estudar na minha particular Geografia - passava horas debruçada em mapas traçando caminhos para ver onde o meu pai conseguiria chegar de carro (e olha que ele foi parar na Bahia!), tinha um globo terrestre todo riscado de tanto que eu estudava as cidades, e levei inúmeras broncas da minha mãe para parar de sonhar - senti naquele momento o peso de estar naquele lugar. À noite fomos levados para um show no famoso Lago Oeste, mas eu não podia imaginar a grandiosidade daquilo, nem mesmo dentro de mim.
Pavilhão no Jardim do West Lake
        Quando dei por mim, o cenário era o próprio lago e sua paisagem natural. O palco? Era na água. Sim, as pessoas ficavam dançando e representando lá dentro. A iluminação? Indescritível o que fizeram com as árvores... A Coreografia? Do mesmo que fez a Coreografia para a abertura das Olimpíadas de Beijing (agora fugiu-me o nome). A música era de Kitaro e a voz, da chinesinha da voz mais encantadora: Jane Zhang.
O Buda, em Templo de Hangzhou
          As luzes todas apagadas e, de repente, a China estava toda à minha frente... Eu estava ali, olhando para aquelas montanhas ao fundo, iluminadas com muito cuidado para não ofuscar o brilho do espetáculo. A música, as pessoas, o todo, fizeram-me entender que sim, eu estava ali, que eu havia dado meia volta ao mundo, e que os sonhos são possíveis quando acreditamos. Então neste momento desabei mais uma vez na China. Só consegui agradecer pela oportunidade que Deus havia me dado de ter acreditado e de ter me feito tão teimosa, a ponto de lutar para estar ali. Entristeci-me pelas pessoas que jamais terão a oportunidade de estar ali, como a minha mãe, como as minhas avós, que viveram de um modo único e particular, e isso não fazia parte do sonho delas. Meus filhos, meu pai, meus irmãos, ou as pessoas que nem sonham que o mundo é tão bonito, ou as pessoas que não se dão o direito de sonhar, ou que não podem mesmo, ou aquelas que podem, mas acham que seu pedaço de chão já é suficiente. Não posso querer que as pessoas queiram as mesmas coisas que eu. Mas certamente se soubessem... E orei, principalmente, por aqueles que estavam tendo a oportunidade de estar ali, naquele dia, mas que na verdade nada absorveram. Deus ilumine essas pessoas.

Lugares calmos no local do Baguá

Campos de Girassóis
         No silêncio interior que aquele musical na cidade mais linda proporcionou-me, na escuridão daquele lugar, nas luzes que vi brilhar naquela noite, na sabedoria de seu povo, tirei para mim o melhor da viagem, o melhor que eu pude dar a mim mesma: estar conectada com as lições que fui buscar. Aprendi que o melhor se encontra dentro de nós mesmos quando desejamos muito, na gratidão que sentimos, na forma como nos realizamos, nas maneiras mais simples ou complicadas de realizarmos os nossos sonhos. Não é preciso ir para a China para realizar os sonhos. Houve gente que foi e não se realizou. Pode-se apenas ir mesmo comprar o suco na esquina, mas desde que se tire o melhor sempre, de tudo o que se vive, de tudo o que se quer.