sexta-feira, 7 de setembro de 2012

CIDADE DO PANAMÁ, PANAMÁ

          Miami da América Central, a cidade do Panamá é moderníssima e repleta de imensos prédios a contornar o Pacífico. Orgulhoso elo entre o Atlântico e o Pacífico (mais especificamente o Mar do Caribe do lado superior), e com uma curta distância (cerca de 81 Km) entre um lado e outro do país, o Panamá é o grande canal que permitiu o desenvolvimento entre a própria América e entre outros países, como a China, que utiliza muito o Canal hoje em dia.
           Antes do Canal do Panamá, o comércio entre os países que dependiam daquela passagem era praticamente uma odisséia. A rota alternativa contornava o Cabo Horn. O Canal era uma necessidade humana contra a natureza. Rasgar tamanha extensão de terra para ligar os Oceanos levou à morte muitos homens. A França fez a primeira tentativa, mas muitas mortes depois, o país desistiu. Mesmo sendo tarefa desafiadora, os Estados Unidos tomaram conta da situação e financiaram a construção, que terminou em 1914, mas em troca estabeleceram as suas tropas no país e por ali ficaram por muito tempo. É por isso que a influência americana é sentida em muitos locais até hoje.


Eclusa de Miraflores

Canal do Panamá
          Visitamos a Eclusa de Miraflores, que fica do lado do Pacífico. Há muitos turistas para admirar o que aprenderam na escola e eu fiquei ainda mais fascinada porque isso ocorreu comigo. O canal do Panamá era um lugar praticamente inusitado e impactante para mim. Por ser rota da Copa Airlines, companhia aérea panamenha que nos leva ao Caribe, a Cidade do Panamá vale uma visita.
           O país é o paraíso também para compras - televisões são bem em conta - e não dá para sair de mãos abanando. Há alguns Malls explêndidos onde se faz a festa comprando (apesar de saber que Miami é bem melhor para isso). O aeroporto é um espetáculo por si só, tantas são as lojas na área de embarque!
           Mas o maior espetáculo é cruzar as avenidas bem construídas e contornar aqueles prédios imponentes se arremessando diante do Oceano Pacífico.

Imensos prédios em frente ao Pacífico

Arquitetura interessante no Centro

        Foi o meu primeiro contato com o tal Oceano e a cor da água pareceu bem assustadora. Atualmente, já estive duas vezes na Cidade do Panamá e em nenhuma vi o mar diferente do que aquele marrom barrento que me deixou com aquela estranheza... Mas quem visita o outro lado, diz que o Panamá é uma beleza eclodindo diante do Caribe. Boca del Toros - a 14h da cidade do Panamá e muito difícil para qualquer mortal que está apenas de passagem, é um local que parece ter saído de outro planeta. Não tivemos como ir até lá, obviamente, mas ficou a vontade...
          A Cidade do Panamá é organizada e limpa e seus arranha-céus são mesmo de nos deixar boquiabertos. Vim embora com a impressão de que sabemos muito pouco sobre alguns países. O Panamá era o lugar mais improvável que eu poderia conhecer, mas, por isso mesmo, saí de lá completamente impressionada. Julgar por antecipação é um grande erro. Um erro da extensão do Canal do Panamá.
 
          

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

SAINT MARTIN / SINT MAARTEN, CARIBE

        Uma ilha no meio do Caribe, dividida ao meio por holandeses e franceses, em uma linha imaginária, mas que faz toda a diferença entre um lado e outro do mapa.
         Com essa ideia de diferenças é que chegamos ao aeroporto mais arrumadinho do Caribe. O nosso Hotel ficava do lado holandês, bem do lado das praias lindíssimas. O Sonesta Maho Beach era estratégico e ficava aos pés da praia mais curiosa de todas: a "praia dos aviões".
          O espetáculo mais legal da ilha é assistir a chegada e a partida dos aviões do aeroporto cuja pista começa aonde a areia termina. Ir à praia e observar um pontinho luminoso surgir e agigantar-se em poucos minutos em um som ensurdecedor, tirando rasante da sua cabeça, ainda mais se for um KLM de dois andares, é a aventura da ilha. Quando levantam voo já é um pouco mais complicado, porque as turbinas esquentam e jogam um vento muito quente e pode arremessar as pessoas à água. Uma prancha no canto esquerdo da praia indica os horários dos aviões.
Aviões pequenos e grandes chegam ao aeroporto

Maho Beach é a praia de onde se avista os aviões

KLM se aproximando do Princess Juliana (aeroporto)

         Mas Sint Maarten é muito mais do que uma ilhota no Caribe perdida entre muitas. Tem um clima de liberdade, diferente das demais. Não é toda montadinha como Aruba e, para se chegar às praias, é preciso pegar um carro e desbravar. Passar o dia longe do Hotel, comer por ali, alugar uma cadeira de praia.
         Há a história do furacão Andrew que devastou um Resort e um campo de Golf perto de Mullet Bay em 2005, além de ter causado muita destruição em toda a ilha. De fato, passamos pelos campos abandonados e casas destruídas, até hoje deixadas do mesmo jeito, como a lembrar que a natureza tem lá os seus momentos de fúria. 
Vestígios do Furacão Andrew que passou em 2005

         Mullet Bay é uma das praias donas de um azul vibrante. As ondas de Mullet Bay podem dar tombos nos desavisados, mas a praia é show. É meio hyppie, meio tudo no meio do nada do mar do Caribe. Existem muitas praias no lado holandês que podem ser exploradas. Perto do centro, em Philipsburg (a capital do lado holandês), há a Great Bay, uma super praia próxima à orla mais requisitada da ilha. A principal rua de Philipsburg traz muitas grifes e joalherias. Muito bom passar o tempo por lá, apesar de tudo fechar cedo, tão logo os navios de Cruzeiro se retiram.
          E Sint Maarten tem lá os seus mistérios... É um tanto espalhada, praias a serem descobertas, ruas a percorrer e descobrir universos à parte conforme os dias passam. A ilha não se revela logo de cara. É preciso ser curioso para vê-la mais a fundo.
Mullet Bay
Philipsburg, capital do lado holandês

Great Bay
         O lado francês traz mais charme do que praias legais. Sua capital Marigot é muito arrumadinha e cheia de restaurantes em frente a uma marina cheia de iates. Mas não posso deixar de citar a Orient Bay, a mais bem estruturada de todas as praias da ilha.
Marina em Marigot

Marigot, capital do lado francês
Orient Bay (Baíe Orientale) 

         O som caribenho ecoa até hoje em meus ouvidos quando me lembro das músicas que dominam os dias e as noites daquele povo. Caribe na veia, azul de arder os olhos, uma divisão de domínios que podem até fazer sentido para eles, mas que no calor da viagem, não faz a menor diferença no fim das contas.
Vista de Great Bay

         Quando chegou a hora de regressar, imaginei alguns turistas fazendo festa na praia de Maho Beach com o arrepiante tremor das turbinas de nosso avião a arrastar areia e sal para dentro do mar. As férias haviam acabado para mim, mas Sint Maarten se renova a cada turbina que chega e parte para outros verões. É sempre verão e festa por lá, apesar da lembrança e o assombro dos furacões.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

ARUBA, O CARIBE MÁGICO

     Voltar ao Caribe mágico com o qual me deparei em Aruba era um sonho alimentado por muitos anos, mas que parecia não ter fundamento. Até que um dia... deu certo! Deu tudo certo! Quando menos imaginei, estávamos a bordo de um voo para esta ilha tão encantadora!
      Eu me lembro, como se fosse agora, do momento de nossa chegada. Passar pela Main Street, com aquelas construções típicas de Aruba, um Caribe bem arrumadinho para inglês e qualquer turista ver. Já fui em outra ilhas, mas foi somente lá que vi como a fotografia sai bem de diversos ângulos... Não há muito o que esconder na arquitetura holandesa de Oranjestad, sua capital. A ilha é muito bem organizada e tem muitas opções de diversão, a começar pelos Cassinos que a fazem uma mini Las Vegas do Caribe.
Cassino Crystal em Oranjestad, a capital

Royal Plaza, arquitetura típica holandesa

Oranjestad, em frente à Tommy Hilfiger
       Os olhos são ainda mais recompensados com o azul, o verde, uma mistura excêntrica de tudo isso na tonalidade caribenha e extravagante de suas águas. Apesar de muitas praias, os turistas deixam-se ficar nas preguiçosas facilidades dos Hotéis. Eles se alinham em uma faixa extensa do lado sudoeste da ilha, voltada para a América do Sul, chamada de Palm Beach. Praticamente todos os grandes e maravilhosos Resorts se impõem lado a lado. Todos pé na areia. E que areia!!! Na maioria das vezes, poucos passos são exigidos entre as piscinas dos Hotéis, a areia e o mar. E o sol nem queima tanto assim como no Brasil! Descobrimos que dezembro é uma excelente época para ir, pois não está insuportavelmente quente, nem mesmo apinhado de turistas.

Praia de Palm Beach

Espalhando-se em Palm Beach

Por-do-sol em praia próxima a Oranjestad
      Existem muitas coisas para se fazer. A maioria dos programas que as praias bem estruturadas oferecem: passeios de parasailing, aventuras submarinas, e uma série de outras coisas que são expostas aos seus olhos de turistas para que seus dólares permaneçam na ilha. Mas o bom mesmo é caminhar pela areia, passar em frente aos Hotéis, conhecer os píers no fim da tarde que se alargam por sobre o mar, ou andar dentro do mar, pois Palm Beach permite isso. Isso sem falar na companhia das iguanas, tão naturais na ilha, e nas árvores divi-divi, tortas por natureza, e que imprimem um charme único a Aruba.

Hotel em Palm Beach




Palm Beach vista do quarto do Hotel
      No fim de tarde, ir até o Farol mais próximo de Palm Beach, assustar-se com as ondas avassaladoras que você pensou que nem existiam por ali, olhar a vegetação seca da ilha que não tem água potável natural da própria ilha, o chão cravejado de pedras pontiagudas que limitam o passeio de carro para outras paragens. O melhor mesmo é contratar um passeio de Jeep durante o dia para dar uma extensa (e exaustiva) volta em toda a ilha. É impressionante o que se pode conhecer, muito diferente da calmaria de Palm Beach. Quando fui pela primeira vez, eu ainda tive o privilégio de conhecer a Natural Bridge (uma ponte natural sobre o mar). Mas em 2005 a ponte despencou e hoje estão lá somente as sobras dela. Pode-se conhecer a Natural Pool, capelas no alto da ilha de frente para a vastidão do oceano, a Baby Beach, do outro lado da ilha...

Azul perfeito
     Não se deve apostar todas as suas fichas nas noites de Aruba, pois com o perdão do trocadilho, quase tudo lá fecha mais cedo para que os turistas se vejam convencidos a ir aos Cassinos. Há sim muitos bons e sofisticados restaurantes (e fast foods também...) e agora há um Mall em frente aos Hotéis. Antigamente, as pessoas deveriam se dirigir à Oranjestad somente. Mas é em Oranjestad que fica o charme do Hotel Renaissence e suas muitas lojas de grife (que fecham às 18h). Tem de tudo: de Luis Vuitton a Carolina Herrera. Joalherias com preços convidativos. Lá não se vão os anéis e ficam os dedos, mas sim levam-se os anéis e ficam os dólares. As lojas também fecham cedo porque os navios de Cruzeiros embarcam de volta os seus passageiros praticamente neste horário. Também já fui turista de Cruzeiro neste Porto... 
     De todas as ilhas que já visitei no Caribe, Aruba é a que mais profundamente fala à minha alma. De volta ao meu mundinho, ainda farei outras aventuras antes de regressar para lá, mas o meu sonho de voltar será sempre latente, por quantas e tantas vezes eu deixe Aruba e Aruba volte a ser uma lembrança distante, um sonho opaco, uma nuvem que se dissipa no meio da minha vida real.

sábado, 19 de maio de 2012

BAHAMAS, ATLANTIS PARADISE

Atlantis Paradise
       Bahamas dos americanos... Não parece praia para brasileiros... Caribe que não é Caribe. Dizem que é o tom mais azul do Caribe, mas suas praias ficam no Atlântico. Indefinidamente, uma maravilha de confusão. Mais de 700 ilhas, mas o que me interessava naquela viagem estava em um lugar único. Pela primeira vez em tantas viagens eu não quis saber de ficar rodando para lá e para cá. Eu estava em um dos Resorts mais legais do mundo: Atlantis Paradise, dominando quase toda a Ilha de Paradise Island, separada de New Providence e da capital Nassau por uma ponte.

pelos caminhos do Hotel
    Eu me entreguei à preguiça e admiti que é sim muito legal ficar jogada ao acaso, em algumas belas espreguiçadeiras, em frente ao mar azul de morrer. Ou então sair flutuando em uma daquelas bóias que te levam por correntezas em rios artificiais. Atlantis é completamente montada para ser uma lenda! A lenda do Continente perdido. E eles de fato recriaram uma imensidão para forjar que se está mesmo no território desaparecido no fundo do mar! É tanta coisa ao mesmo tempo, tanta informação para processar, que nem dá para saber por onde começar!

Cove Beach

Complexo do Atlantis Paradise Resort
    O primeiro contato é impactante. Você se vê diante de um mar infinito, com aquele complexo de diversão à sua frente e se pergunta se tudo aquilo é para você mesmo... Bom, tirando o fato de estar pagando...rsrsrs, o jeito é cair de cabeça em tudo o que o Hotel oferece.
    Foram dias inimagináveis. Tudo parecia um aquário gigante. A praia parecia um grande detalhe que não podia ser ignorado. Em outros locais, o mar seria tudo. Mas ali... Tubarões, arraias, aquários imensos no meio do Hotel, toboáguas transparentes que te imergiam em um tanque de tubarões, Cassino, muitos restaurantes, muito o que fazer! E fomos desvendando seus mistérios a cada dia, nos 10 dias que passamos por lá.

Rio com correnteza

Toboágua de bóia na Power Tower

Toboágua com tubarões - Templo Maya
     Bahamas, com todas as suas famosas ilhas bem pertinho, e eu não tive coragem de me mover. Estava tão bom ali com as crianças, com minha família, que não havia possibilidade naquele momento de desejarmos nos aventurar tão fundo como em outras viagens. Mesmo com a história toda ao meu redor - Cristóvão Colombo atracando em San Salvador em 1492 - mesmo com tudo isso, eu não abandonei as espreguiçadeiras.
Marina do Hotel
     Saímos sim por Nassau - e por coincidência chegamos lá na noite da Jankanoo Parade, que é uma festa única que acontece para comemorar o Natal pelos escravos que ali moravam. A tradição permaneceu e a festa é um grande carnaval de rua. Dominada pelos ingleses por séculos, o povo de Bahamas ainda trata a Coroa britânica com muita reverência. Nassau e seus prédios públicos cor-de-rosa, com suas joalherias que mais lembram os piratas que por ali pilhavam, seus artesanatos e os transatlânticos que movimentam seu comércio, é um local pra lá de interessante, mas fica quase êrmo depois das 18h, quando os navios vão embora. Não fosse pelo restaurante Señor Frog's, não teríamos muito o que fazer na Capital. O ideal seria mesmo ficar no Hotel. Pudera...

Jankanoo Parade, Nassau
     Desbravar Eleuthera, Exuma, Gran Bahama... entre tantas outras ilhas e suas águas tão azuis, vai ficar para uma próxima oportunidade. Desta vez, a nossa aventura foi ficar por ali, transformando em lenda os dias e as noites para quem precisava de umas boas férias!

Águas azuis de New Providence, Paradise Island

Cove Beach - fim de tarde

domingo, 15 de abril de 2012

BUENOS AIRES, MI BUENOS AIRES QUERIDO


     Caminhar por todos os lugares possíveis, desbravando uma cidade que nem é tão enorme pelo que representa para o 8o. maior país do mundo, é uma aventura bem agradável. O clima de Buenos Aires favorece isso. Mas o clima mesmo no ar é o que nos movimenta. Uma selva de pedras às avessas, com fileiras de prédios colados uns aos outros, de uma arquitetura assombrosa e espetacular, Buenos Aires tem os "tempos de antigamente" fluindo em suas artérias.
Plaza de Mayo com meus filhos

     Uma cidade que pulsa. Latinamente ferve em suas ruas frias o andar caloroso de um povo receptivo e seus muitos turistas (muitos, muitos brasileiros). Nada pôde emergir daquela sensação que a visão estereotipada da velha rivalidade futebolística  me causava. Não sei se é porque o futebol brasileiro já não tem sido motivo para defesas em público... Carecemos de heróis nacionais. Fato é que meu filho saiu de lá orgulhando-se de vestir a camisa da seleção Argentina com o nome de Messi impresso. Nossos filhos não reconhecem mais os nossos heróis. Sim, mas Neymar faz bastante sucesso por lá... por causa da tal musiquinha... Ai, futebol! E por falar nisso, a Argentina ainda vive à sombra de Maradona, e teimam que ele é melhor que Pelé. Mas futebol não se discute.
      Mas foi incrível rasgar as avenidas desbravando uma Buenos Aires fervorosa, e entrar no meio de uma manifestação popular bem acalorada, em frente à Casa Rosada. Isso é comum por lá. Então por que só o povo brasileiro se cala? É porque não tivemos uma Evita Perón para convocar as massas para que expussessem os seus sentimentos e opiniões? 
Manifestação popular com Obelisco ao fundo
Casa Rosada
       A Plaza de Mayo, muito agradável, representa em pouco espaço a história da Independência. De um lado, a Casa Rosada, e cruzando a pé toda a Avenida de Mayo (por vários quarteirões), deparamo-nos com a sede do Congresso, para lembrar os governantes que quem limita o poder é o povo, pelo sistema bicameral. Mas o mais legal é o meio do caminho... prédios, mansões antigas e suas muitas histórias, cafés como o famoso Café Tortoni! Fundado em 1858, é o café mais antigo de Buenos Aires, e seu interior parece que ainda está no século XIX.



Congresso - sistema bicameral
       Mas Buenos Aires sem tango, sem Carlos Gardel, não é Buenos Aires. Há muitos shows pela cidade, e também é possível ver casais dançando no "Caminito", em meio às casinhas coloridas, perto de onde nasceu o tango. Tomar uma Quilmes, ou um bom vinho, comer os tais bifes argentinos (maravilhosos de tão macios...), conhecer a "La Bombonera", estádio do Boca Juniors, é apaixonante! O show de tango coroa o sentimento por uma cidade que parece preservar a sua identidade em cada situação. Apesar da economia complicada, o povo é bem receptivo e parece feliz.
Família no Caminito
       Um passeio que achei interessante, mas dispensável, foi ter ido ao Cemitério da Recoleta, o bairro mais nobre da cidade. Muitos ex-presidentes e figuras importantes, inclusive o Mausoléu de Evita Perón, estão por lá, sem falar na impressionante arte daquele local. Mas não eu voltaria.
       Impossível não mecionar a Calle Florida e as Galerias Pacífico. Afunda-se o chão por essa rua de compras onde é possível achar muitos casacos de couro, botas e roupas que aqui no Brasil seriam certamente mais caros. Os brasileiros parecem ter marcado encontro por lá. Ruas como a Córdoba, Santa Fé e Corrientes, não podem ser ignoradas. A Av. 9 de Julho, a maior de toda a Argentina, ostenta o obelisco como trunfo. Puerto Madero, um velho local de galpões no cais do porto do Rio da Prata, foi completamente restaurado e hoje é celebrado como local nobre, com vários restaurantes reunidos! Mas o melhor é sentar-se em um café, perder-se no tempo, sentir o aroma do mundo ao redor de você! E perceber que o mundo continua a girar, sem dar conta de sua presença.
Galerías Pacífico
        Mas indispensável mesmo é fartar-se dos deliciosos alfajores, com muito doce de leite... Os "Havanna" foram a minha melhor aquisição: uma doce lembrança que trarei comigo, ao melhor sabor da Argentina.  Os preços é que estão atuais demais. A inflação da Argentina ultrapassa os limites da nossa inteligência (sim, para um país que finge não ter memória como o nosso...rsrsrs). Viajar para lá está mais salgado do que doce...
        Das muitas coisas que pude perceber, a que mais me marcou foi que "Los Hermanos" respiram passado e nostalgia a cada esquina, nas fachadas de seus prédios sombrios, nos interiores de seus cafés. Um passado que aqui em nosso país é ignorado pelo povo. Um povo sem passado não é um povo. É um aglomerado! Talvez esta seja a resposta... Por quê? Por que o povo se cala?

quinta-feira, 1 de março de 2012

MIAMI DE TODOS NÓS

      É bem verdade que os Estados Unidos mais acessível para os brasileiros sempre teve Miami no topo da lista. Mas nunca tanto quanto agora, que viajar ficou mais fácil do que nunca, e o mundo tem parecido um pouquinho menor. Miami chegava até a ser esnobada por aqueles fãs da terra do Tio Sam, chamada de cidade "sem alma", sem expressão... Mas Miami deu a volta por cima e agora voltou a estar na moda percorrer suas ruas e se perder como americano, ou latino-americano, nas largas avenidas que circundam a região. Quem não se render a Miami, não tem amor pelo clima cool e expressivo de aproveitar a vida.
       Apesar de paulista, moro em Manaus há algum tempo. E foi morando em Manaus que descobri como o mundo é mais pertinho daqui. Posso almoçar em casa e jantar em Miami, como fiz muitas vezes.
       Miami propriamente dita, mesmo com o Skyline impressionante de Downtown, visto principalmente de Biscayne Bay, de onde se pode fazer magníficos passeios de barcos e esbarrar nas brancas lanchas dos milionários que por ali dão sopa, não é mais atrativa para mim do que estar em Miami Beach. Downtown é sim impressionante e cosmopolita, mas o clima que nos encanta é o clima descompromissado da Ocean Drive e seus arredores. Andando por Downtown, em poucas ruas chega-se de volta ao mundo das águas azuis que a cercam. E lembra-se de fato o que se está fazendo ali.
Skyline de Downtown

Biscayne Bay - Miami
         Adoro chegar em Miami e ir diretamente para a Ocean Drive, em Miami Beach. Ah... a Ocean Drive. À noite ou durante o dia, a vida por lá nunca para. Em poucos metros quadrados, esbarra-se em tanta gente diferente, da forma como se nunca vê no Brasil. Gente descolada, tatuada, gente bonita, gente do mundo todo e brasileiros, claro, em sua desforra vingativa contra os altos impostos brasileiros (muitas vezes tendo que acabar nos corredores da alfândega pagando a tão temida multa...rsrsrs). Durante a noite, restaurantes de todas as formas e preços. Uma delícia! Durante o dia, a praia de South Beach bem ali na frente, com seus corpos relaxados soltos na areia e uma água clarinha e quentinha de dar saudade! Praia como no Brasil não há. Mas o mar... ah, o mar...
South Beach

Ocean Drive
          Durante o dia, muito para ver. Um mundo para ver. Hotéis branquinhos na Collins Avenue, o Art Decó District - lindo de morrer, próximo à Ocean Drive - palmeiras, lanchas, mansões, ruas enormes e sem buracos, carrões! Mulheres e cachorrinhos, homens de patins, madames e mais madames... e brasileiros, claro!
Art Deco District

Canais da Grande Miami (Aventura)
          As pessoas vão ao delírio com tantas opções para compras: Aventura Mall, Dolphin Mall... entre muitos outros... mas o melhor? Fica em Fort Laudardale: Sawgrass Mills! Tudo o que você nunca pensou em comprar a um preço tão acessível você vai achar. E o pior: o que você jamais imaginou que existia! Ai é que mora o perigo!
Ruas de Miami
          Ao redor: Coral Gables, Coconut Grove, Key Biscayne, Aventura, Bal Harbour, Surfside... nossa! Tantas cidadezinhas e bairros legais... E mais longe um pouco: Boca Raton - magnífica! - e a própria Fort Laudardale! São tantas opções em uma Flórida tão colorida e latina, que é impossível não se jogar de cabeça em um jeito americano menos americano possível de ser!
           Amo Miami. Miami é minha praia! E digam o que quiserem. Não importa. O mais legal é poder sair de casa e chegar em menos de 5h na cidade que me enlouquece. Conheço muitos lugares, mas é em Miami que me sinto na casa que eu gostaria de ter. Miami funciona e é o Brasil que eu gostaria de ver. Miami tem alma sim. E posso dizer que é "free".
       

domingo, 15 de janeiro de 2012

ORLANDO - A TERCEIRA VEZ COM MEUS FILHOS

       Se conto de fadas é o sobrenome de Orlando eu não sei, mas ir para lá pela terceira vez é tão legal quanto ir pela primeira. E esta analogia bem que parece possível.
       Em um conto de fadas ou em meio a cenário de filmes, não importa. O importante é que cada nova vez é uma experiência muito diferente da anterior. O factual, o que é real, é tão intenso que é como se não coubesse na nossa impressão do que é o tempo e não fosse fácil fazê-lo caber. Há tanta coisa a fazer que o tempo parece uma mísera fagulha no meio de uma imensidão. E lá, só lá parece de fato não fazer diferença para ninguém se você deixar escapar que o que está vivendo é mais sonho do que realidade. O seu sonho. Nutre-se o imaginário, faz-se de conta que o faz de conta é de verdade e tudo ganha outra dimensão. Tão intenso que se confundem. Assim é que se abstrai o melhor de Orlando.
City Walk, Universal, Orlando
        Finalmente descobrimos que Setembro e Outubro são definitivamente melhores que Julho para visitar os Parques de Orlando, pois além das filas estarem muito menores e podermos frequentar as atrações sem stress, o calor é suportável.
        Mais maduros por já termos ido em dois anos consecutivos, a viagem para a Disney com as crianças foi mais uma vez incrível. Aprendemos a mapear os parques antes de nos aventuramos a andar e entendemos a necessidade de traçar quais as atrações valiam a pena. E mesmo com o menor movimento e com todo o planejamento, ainda ficaram coisas que não conseguimos fazer.
       Neste período, porém, a desvantagem é que os parques fecham um pouco mais cedo que em Julho. E deve-se ficar atento ao cronograma dos parques, disponíveis nos hotéis, pois nesta época do ano, os parques mudam suas rotinas por causa do Halloween e podem fechar mais cedo ainda.
Main Street, Magic Kingdom, Orlando
        Por outro lado, o fato dos parques fecharem mais cedo não é tão mal assim, pois à noite sobra mais tempo para fazermos outras coisas por Orlando. Mas nem pensar em parar. Hotel? Só quando não há mais nada a fazer, bem tarde da noite. Ficamos cansados, quebrados, mas fazemos valer cada minuto.
       Desta vez até me arrisquei mais que nos outros anos nas montanhas russas, mas nem tanto. Pudera, além dos parques de Orlando, fomos também para Tampa para nos acabarmos nas curvas sinuosas e de cabeça para baixo do Busch Gardens, que de agora em diante fará parte do roteiro obrigatório. Mas só vale a pena para quem curte muita aventura. Eu, na verdade, fiquei mais observando e caprichando nas fotos que encarando o batente.
Kumba, Busch Gardens - Tampa, FL
Disney's Hollywood Studio, Orlando

Mission Space, Epcot - Orlando
         Está nos meus planos frequentar Orlando enquanto meus filhos acreditarem que tudo aquilo é um pouco de verdade e um pouco surreal, enquanto os nossos sonhos forem feitos de tantos personagens e idéias quanto lá. Acredito que a forma como crianças e adultos enxergam as coisas, apesar de diferentes até um certo ponto, acabam se fundindo e se nivelam quando se deparam com tal universo. Afinal, quem não foi criança um dia? E quem nos obrigou a deixar de ser? Desejarei sempre tornar os meus sonhos, e os sonhos deles possíveis.
         Fechando os olhos, posso passear agora por Orlando, lembrando-me dos bons momentos. Mas como os sonhos se tornam reais na Disney, e a gente fica até mais corajoso do que realmente é, vou querer retornar o mais rápido que puder, quantas vezes eu puder!