domingo, 9 de outubro de 2011

SUN CITY, ÁFRICA DO SUL

      Depois de retornarmos de Hong Kong, ao invés de seguirmos viagem com o restante do grupo, paramos na África do Sul e nos permitimos passar 5 dias maravilhosos bem no meio do caminho entre nossa casa e a China!   
      A África do Sul é mesmo colorida, vermelha ou apenas sequinha, como as cores que aquele inverno pálido impuseram às savanas. Mas há tantas cores nas entrelinhas desta tonalidade suave, que é impossível não se apaixonar. Estivemos no lugar talvez mais suntuoso de toda a África do Sul: o complexo de Sun City, a 2h de carro de Johannesburgo.
     O "Palace of the Lost City" é o hotel mais luxuoso de todo o complexo, que conta com 4 Hotéis e muita diversão. Há de tudo lá: campo de golfe, animais e até uma praia artificial. O Cassino era a atração principal na década de 60, pois era o único local permitido para a prática de jogos de azar no país.
     Levamos um dia e meio para percorrermos boa parte do local, mas se estivesse calor, juro que eu ia querer ficar mais. Não tinha como não pensar nos meus filhos, pois além de Sun City ser a cara da diversão, eu já estava com muita saudade deles... afinal, já fazia quase 30 dias que estávamos longe!
Campo de Golfe de Sun City

Palace of The Lost City, Sun City

Caminho com elefantes em Sun City

Praia artificial, Sun City
      O inglês carregado de "rrrrrssss" daquele país e o grande preparo que eles têm para encantar os turistas me fizeram cair de amores pela África do Sul! Charme é a palavra de ordem para aquele lugar.

HONG KONG

    Com moeda e câmbio diferentes, apesar de ter sido devolvido pela Inglaterra à China em 1997, depois de anos de domínio britânico após a Guerra do Ópio, Hong Kong não quer ser China. Ponto estratégico na era das navegações, hoje Hong Kong nem mesmo tem o mesmo Governo comunista e nem gosta de ser chamada de China.   Hong Kong, ao contrário do que muitos pensam, é uma pequenina ilha. O seu território todo, enfim, não diz respeito somente à ilha: há outras partes, como o território e a Ilha de Lantau, etc... Para cada Km2, há em média 40 mil pessoas, o que eu achei um absurdo.
   

Parede incrível no Restaurante Jumbo
   Muitos prédios altos, novos e velhos, retrato da velha e nova Hong Kong que desponta para o mundo com a sua vastidão de containers... Impressionante saber que um monte de coisas que chegam em nossas casas saem daquele porto, do outro lado do mundo!


A caminho do famoso Jumbo
 Aliás, HK é lindíssima. A começar pelo Alto do Pico Victoria, onde ficam multimilioários que desfilam seus carrões por HK como se fossem fusquinhas. Mas eles sabem que ostentam e gostam disso... Há também um interessante Canal onde passeiam barquinhos que parecem não terem mudado com o passar dos séculos, como se a era do descobrimento ainda estivesse acontecendo. Acho até que ainda está. Lá é que fica o Restaurante Flutuante Jumbo, que se não me engano, está no filme 007 - o último. É um flutuante com colunas de mármore e de uma suntuosidade jamais vista num lugar tão imprevisível. 


A pequena Ilha de Hong Kong
   Nada na China ou em HK foi previsível para mim. E isso é que fez desta viagem algo tão maravilhoso. Mas antes, uma última tentativa de absorvermos o local até o último de nossa alma... e fomos gastar em HK, é claro!

Containers para o mundo
   Agora que estou aqui no Brasil, é muito estranho, pois parece que somos íntimos da China... e nem parece que estamos tão longe! A China ficou tão dentro de mim que sinto que acordarei lá a qualquer hora.

Mais compras em HK

A história revisitada

Jumbo

    
   

HANGZHOU, CHINA

   O paraíso na Terra. Assim é definida Hangzhou. E eu diria que fica bem próximo a isso, não fosse o calor infernal que enfrentamos em Julho em uma das cidades mais mágicas da China.
    O taoísmo sempre presente no gigantesco baguá que pode ser avistado do alto de uma montanha, a paisagem do lago Oeste que empresta sua estampa para a nota de 1 Yuan, as árvores que serpenteiam por toda a cidade, seguindo ou não o curso do lago. E jardins para nos lembrar que a vida é feita de momentos e que precisamos nos perder em caminhos sem destino antes de voltar à realidade das pressões cotidianas. Uma cidade às avessas dos arranhas-céus de Shanghai, bem próximos dali.
    
Lago Oeste (West Lake)
     Este foi o momento que a viagem realmente balançou as minhas estruturas: havia gente que estava ali para sentir a viagem, a cultura, quiçá uma mudança de comportamento baseado na observação da sabedoria chinesa. E havia gente que estava ali como se houvesse ido comprar um suco na esquina.
"Impressions of West Lake", Kitaro
      Eu, que sonhei por toda a minha vida em conhecer os lugares que eu morria de estudar na minha particular Geografia - passava horas debruçada em mapas traçando caminhos para ver onde o meu pai conseguiria chegar de carro (e olha que ele foi parar na Bahia!), tinha um globo terrestre todo riscado de tanto que eu estudava as cidades, e levei inúmeras broncas da minha mãe para parar de sonhar - senti naquele momento o peso de estar naquele lugar. À noite fomos levados para um show no famoso Lago Oeste, mas eu não podia imaginar a grandiosidade daquilo, nem mesmo dentro de mim.
Pavilhão no Jardim do West Lake
        Quando dei por mim, o cenário era o próprio lago e sua paisagem natural. O palco? Era na água. Sim, as pessoas ficavam dançando e representando lá dentro. A iluminação? Indescritível o que fizeram com as árvores... A Coreografia? Do mesmo que fez a Coreografia para a abertura das Olimpíadas de Beijing (agora fugiu-me o nome). A música era de Kitaro e a voz, da chinesinha da voz mais encantadora: Jane Zhang.
O Buda, em Templo de Hangzhou
          As luzes todas apagadas e, de repente, a China estava toda à minha frente... Eu estava ali, olhando para aquelas montanhas ao fundo, iluminadas com muito cuidado para não ofuscar o brilho do espetáculo. A música, as pessoas, o todo, fizeram-me entender que sim, eu estava ali, que eu havia dado meia volta ao mundo, e que os sonhos são possíveis quando acreditamos. Então neste momento desabei mais uma vez na China. Só consegui agradecer pela oportunidade que Deus havia me dado de ter acreditado e de ter me feito tão teimosa, a ponto de lutar para estar ali. Entristeci-me pelas pessoas que jamais terão a oportunidade de estar ali, como a minha mãe, como as minhas avós, que viveram de um modo único e particular, e isso não fazia parte do sonho delas. Meus filhos, meu pai, meus irmãos, ou as pessoas que nem sonham que o mundo é tão bonito, ou as pessoas que não se dão o direito de sonhar, ou que não podem mesmo, ou aquelas que podem, mas acham que seu pedaço de chão já é suficiente. Não posso querer que as pessoas queiram as mesmas coisas que eu. Mas certamente se soubessem... E orei, principalmente, por aqueles que estavam tendo a oportunidade de estar ali, naquele dia, mas que na verdade nada absorveram. Deus ilumine essas pessoas.

Lugares calmos no local do Baguá

Campos de Girassóis
         No silêncio interior que aquele musical na cidade mais linda proporcionou-me, na escuridão daquele lugar, nas luzes que vi brilhar naquela noite, na sabedoria de seu povo, tirei para mim o melhor da viagem, o melhor que eu pude dar a mim mesma: estar conectada com as lições que fui buscar. Aprendi que o melhor se encontra dentro de nós mesmos quando desejamos muito, na gratidão que sentimos, na forma como nos realizamos, nas maneiras mais simples ou complicadas de realizarmos os nossos sonhos. Não é preciso ir para a China para realizar os sonhos. Houve gente que foi e não se realizou. Pode-se apenas ir mesmo comprar o suco na esquina, mas desde que se tire o melhor sempre, de tudo o que se vive, de tudo o que se quer.