sábado, 31 de dezembro de 2011

ORLANDO, FLÓRIDA, USA - SEGUNDA VEZ

      Como a primeira viagem à Disney a gente nunca esquece, planejamos uma segunda para um ano depois. Logicamente acreditamos que sabíamos tudo sobre Orlando, Disney, Flórida... Sim, foi bem mais fácil do que a primeira vez e teve quase a mesma graça do que na primeira vez, mas descobrimos que a cada vez que se vai, há muito mais o que descortinar.
Castelo da Cinderela no Magic Kingdom
      Novas atrações, como o mundo de Harry Potter, que estava em construção em 2009, novos ângulos, novas emoções, personagens com os quais não trombamos antes. Um segredo escondido, alguma fantasia. Tudo perfeitamente maravilhoso como da primeira vez. Mas tudo muito mais fácil. Já sabíamos alguns macetes dos quais apanhamos da primeira vez.
Área do Harry Potter na Island of Adventure
     E em Orlando, a ordem é não parar, caso se queira aproveitar cada centavo investido. Mas fomos em Julho... e Julho, não recomendo a ninguém, a não ser que não se tenha outra opção. É calor demais, lotado demais por causa das férias escolares, há filas em todos os brinquedos, muito sufocante. Faz-se metade das coisas que se faria em outra época. Orlando é muito quente e a ordem é manter-se hidratado. Mas não com Coca-Cola, como fazíamos...
    Viajar com bebês para a Disney é perfeitamente possível, desde que se compre um carrinho (que sai muito mais barato do que alugar um a cada dia). Há estacionamentos para carrinhos quando os bebês podem frequentar as atrações e ninguém, absolutamente ninguém vai mexer nas suas coisas.

World Showcase - Canadá - Epcot
     Tantas e quantas vezes for possível viajar para os Estados Unidos, será iconcebível não se deliciar com a criatividade e organização dos norte-americanos. Eles tornam mais fácil o dia-a-dia de maneira muito simples. E tudo parece um brinquedinho para os brasileiros embasbacados com tanta novidade. A cultura da limpeza que não se pratica aqui, brasileiro respeita rigorosamente lá.

Epcot Center
           A minha intenção aqui é só registrar o quão legal é ter a chance de se sentir criança na terra onde se esquece os problemas, na terra em que a realidade é outra. Pelo menos para mim, os dias de Flórida são dias de canseira e, ao mesmo tempo, dias de "relax". São dias de intensa caminhada, e dias de comer muito hambúrger e besteiras. Dias de entrar no Wal Mart e não saber o que comprar primeiro... e pensar em como é complicado ser brasileiro, pois na América do Tio Sam, as pessoas podem viver prazerosamente. No Brasil, há luxos que não podemos nos dar. Algumas pessoas jamais poderão.

Enzo no Epcot

De volta para o Futuro na Universal

Tubarão e Mickey na Universal
      Dias na Disney para mim são dias de contrastes, dias de observação, dias de alegria, dias de comparação com o nosso "way of life" aqui do Brasil. Desfruto em Orlando deliciosos momentos onde me nivelo aos meus filhos quando não estou pensando em coisas que só os adultos podem se preocupar. São momentos de abstração, de distração, da felicidade incansável. Os EUA fazem jogo duro, mas é uma delícia poder freqüentar um país onde embora muita coisa pareça ter saído de um conto de fadas, a realidade é que as coisas por lá de fato funcionam. A vida real é que é legal.  A primeira, a segunda, a terceira e todas as vezes quantas forem possíveis na Disney, a gente nunca esquece.
   

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

ORLANDO, DISNEYWORLD, USA

      Impossível traduzir em palavras a sensação de estar na Disney pela primeira vez. O depois é que é o mais grave, pois a gente vicia e quer ir todo ano. Já estivemos lá 3 vezes, mas a primeira foi realmente mágica para mim. Arrisco dizer que mais para mim até do que para meus filhos.
      É clichê dizer que é a realização do sonho de infância, mas clichê ou não, não deixa de ser nenhuma verdade. Não há quem não tenha sonhado um dia em estar lá. Embora eu tentasse ser diferente das outras crianças dizendo aos quatro ventos que eu não fazia a mínima questão de estar na Disney, traçando roteiros para a Europa desde pequena, a minha primeira viagem para os EUA foi para lá, e eu me entreguei de vez aos encantos de Orlando.
Primeira vez no Magic Kingdom com meus filhos
     Orlando tem tudo a oferecer para muitos dias que vão parecer poucos. Você dorme tarde e acorda cedo e não quer que o dia termine porque não deu tempo de fazer tudo o que planejou. A sensação de que mais me recordo é a dos meus pés doloridos de tanto andar, sendo que isso não fazia a menor diferença. O que é isso frente à magia que nos envolve a terra do Mickey Mouse?
Main Street - Magic Kingdom
     Tudo é tão rigorosamente limpo e tudo funciona tão orquestradamente de forma simples que fica difícil de acreditar porque nós, brasileiros, não pensamos em certas coisas antes. As palavras são funcionalidade e ordem, limpeza e educação. Parques, montanhas russas, outlets e muita diversão são o motivo da viagem, mas não o todo quando nos deparamos com tanta coisa legal por lá. Tudo o que se vê é tão diferente que enche os olhos de crianças e grandinhos. E os grandinhos parecem crianças quando se deparam com cenas de suas infâncias nos parques, ou quando encontram o que precisam e o que nunca pensaram em precisar nos outlets a preços inimagináveis de Orlando. O português, com tantos brasileiros em cada cantinho da cidade, acaba sendo até ignorado de tão freqüente.
Marvel Super Heroes - Islands of Adventure
     Os quatro grandes parques da Disney: Magic Kingdom, Animal Kingdom, Epcot e Disney's Hollywood Studios são moldados pela perfeição com que a Disney impõe à sua marca. Os parques da Universal são moldados pela aventura e pela característica blockbuster. O Islands of Adventure, na minha opinião, é o mais completo de Orlando, pois reúne cenário, super heróis, o bruxinho Harry Potter, excelentes brinquedos e diversão sem fim. Na primeira vez que fui, o Castelo de Hogwarts ainda não estava por lá. Mas foi muito bom mesmo assim. No ano seguinte, apareceu em um passe de mágica...rsrsrs
Parque da Universal
     Nos parques, é necessário chegar cedo, pegar um mapa, traçar o seu caminho para que não se perca muito tempo atravessando longas distâncias e aproveitar os extras: Fast Pass na Disney (a cada 2h você pode retirar um ticket com hora marcada para furar fila em um brinquedo concorrido) ou comprar o Express na Universal. Vale muito a pena em épocas de movimento.
Família com Minnie no Animal Kingdom
     Virar criança outra vez ficou ainda mais fácil em épocas que o brasileiro anda viajando muito. Ainda mais reunindo diversão com compras, que é o que Orlando reserva de melhor para quem está cansado de pagar caro por tudo no Brasil. É como se esses dias fossem um presente absolutamente indispensável ao menos uma vez na vida. E mencionando outro clichê, "a primeira vez a gente nunca esquece".

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

SOWETO, AFRICA DO SUL

      Se a África do Sul tem uma história bem complexa, que martelou muito em minha cabeça - grande parte dela ficou a cargo de Soweto, bairro de cerca de 3 milhões de habitantes ao lado de Johannesburg.
Entrada de Soweto
      Local onde 99,99% da população é negra, Soweto foi o berço de Nelson Mandela e das reuniões revoltosas para desbancar o Apartheid. Em uma só rua - Villakazi Street - moraram 2 Prêmios Nobels da Paz: o próprio Mandela e Desmond Tutu. A Igrejinha "Regina Mundi", visitada por Michelle Obama recentemente, foi o local onde os cabeças para o fim da discriminação racial se encontravam.
Regina Mundi, a Igreja das reuniões de Mandela
      Os negros foram mandados para Soweto em casas muito simples para que os brancos dominassem Johannesburg sozinhos. De tanto serem perseguidos e tratados como animais, fizeram fervilhar em um só local os rancores que impulsionariam seus atos. Bombas na cidade, terrorismo a qualquer hora, corações revoltados. O estopim da crise foi quando cerca de 400 crianças morreram em um massacre em uma escola de Soweto, onde morreu Hector Pietersen, carregado pelos braços em uma foto que correu o mundo e fez com que a ONU impusse pesadas sanções sobre o país em 1976.
Casinhas em Soweto e o Brasil no meio
     Soweto fez o mundo acordar para a injustiça do Apartheid. Demorou, mas Mandela saiu da prisão no início da década de 90, após sofrer em uma ilha por anos e anos. Em 1994, tornou-se Presidente. Soweto foi também palco do Estádio de Soccer City na Copa de 2010. O futebol é preferido pelos negros do país. O rugby, pelos brancos. Pois é, a ferida ainda é recente para que concordassem em tudo.
Soccer City - Estádio Copa 2010
    O fato é que Soweto não amedronta como disseram. São só pessoas normais vivendo suas vidas.
   

JOHANNESBURG, ÁFRICA DO SUL

      Os próprios sul-africanos nos confessaram que após alguns vislumbres do despreparo para o turismo em massa em meio ao maior evento que o país já sediou, a África do Sul viu seu número de visitantes despencar de 2010 para 2011. Devo concordar em alguns pontos, já que a segurança não é o forte deles. O despreparo em outros itens fundamentais para receber tanta gente também me deixou intrigada.
Hotel Sunny Side - estilo Vitoriano
      A maior cidade da África do Sul - Johannesburg - não oferece transporte público como metrô ou simplesmente táxis. O que eles chamam de "táxi" é meio que um transporte coletivo, feito em vans. Se o turista quiser conforto para se locomover, deve contratar no próprio Hotel um serviço para isso com uma agência que disponibiliza um guia - que não é nada barato. Não sei dizer como foi na época da Copa do Mundo, mas para mim foi exatamente assim. Os Shoppings ficam abertos até às 18h, e as praças de alimentação, até às 20h. Ou seja, ficamos presos ao Hotel em estilo vitoriano - maravilhoso, por sinal - com um clima de antigamente, com músicas orquestradas de antigamente, que mais faziam o Hotel, que foi uma mansão de famílias da mineração há mais de um século, parecer uma casa mal assombrada.
Hotel em Johannesburg
       Acabamos curtindo o clima, já que a diversão lá fora não era algo tão simples. E estava muito frio!  Mas saímos sim de carro para conhecermos Sowetto, e acabamos conhecendo os arredores. Johannesburg, apesar de ter nos assustado um pouco - é uma cidade linda, com bairros caros e casas espetaculares. É uma cidade bem nova, que cresceu em torno das riquezas das minas da Região. Passamos em frente à atual casa de Nelson Mandela e de sua Fundação. Para mim, foi uma honra estar tão pertinho da História e tirar minhas próprias conclusões sobre tudo. Pois a melhor história é a que contamos a nós mesmos. A nossa visão sobre o mundo não precisa ser exatamente como o mundo nos conta.
Vista do alto de Johannesburg

Centro de Johannesburg
    Apesar do que dizem, eu estava no coração da África. E o Brasil nem é aquelas coisas de tão seguro para que eu me espante tanto assim...  Apenas espero que 2014 não traga os efeitos danosos que causou na África. A África focada nos turistas - a África dos Safáris - está bem distante da África dos grandes centros. Talvez até um pouco injustiçada, apesar dos pesares, a África do Sul vale e muito uma visita. Foi uma pena não ter dado tempo de irmos para Cape Town. Aí sim creio que teríamos tido uma outra impressão.