sexta-feira, 7 de setembro de 2012

CIDADE DO PANAMÁ, PANAMÁ

          Miami da América Central, a cidade do Panamá é moderníssima e repleta de imensos prédios a contornar o Pacífico. Orgulhoso elo entre o Atlântico e o Pacífico (mais especificamente o Mar do Caribe do lado superior), e com uma curta distância (cerca de 81 Km) entre um lado e outro do país, o Panamá é o grande canal que permitiu o desenvolvimento entre a própria América e entre outros países, como a China, que utiliza muito o Canal hoje em dia.
           Antes do Canal do Panamá, o comércio entre os países que dependiam daquela passagem era praticamente uma odisséia. A rota alternativa contornava o Cabo Horn. O Canal era uma necessidade humana contra a natureza. Rasgar tamanha extensão de terra para ligar os Oceanos levou à morte muitos homens. A França fez a primeira tentativa, mas muitas mortes depois, o país desistiu. Mesmo sendo tarefa desafiadora, os Estados Unidos tomaram conta da situação e financiaram a construção, que terminou em 1914, mas em troca estabeleceram as suas tropas no país e por ali ficaram por muito tempo. É por isso que a influência americana é sentida em muitos locais até hoje.


Eclusa de Miraflores

Canal do Panamá
          Visitamos a Eclusa de Miraflores, que fica do lado do Pacífico. Há muitos turistas para admirar o que aprenderam na escola e eu fiquei ainda mais fascinada porque isso ocorreu comigo. O canal do Panamá era um lugar praticamente inusitado e impactante para mim. Por ser rota da Copa Airlines, companhia aérea panamenha que nos leva ao Caribe, a Cidade do Panamá vale uma visita.
           O país é o paraíso também para compras - televisões são bem em conta - e não dá para sair de mãos abanando. Há alguns Malls explêndidos onde se faz a festa comprando (apesar de saber que Miami é bem melhor para isso). O aeroporto é um espetáculo por si só, tantas são as lojas na área de embarque!
           Mas o maior espetáculo é cruzar as avenidas bem construídas e contornar aqueles prédios imponentes se arremessando diante do Oceano Pacífico.

Imensos prédios em frente ao Pacífico

Arquitetura interessante no Centro

        Foi o meu primeiro contato com o tal Oceano e a cor da água pareceu bem assustadora. Atualmente, já estive duas vezes na Cidade do Panamá e em nenhuma vi o mar diferente do que aquele marrom barrento que me deixou com aquela estranheza... Mas quem visita o outro lado, diz que o Panamá é uma beleza eclodindo diante do Caribe. Boca del Toros - a 14h da cidade do Panamá e muito difícil para qualquer mortal que está apenas de passagem, é um local que parece ter saído de outro planeta. Não tivemos como ir até lá, obviamente, mas ficou a vontade...
          A Cidade do Panamá é organizada e limpa e seus arranha-céus são mesmo de nos deixar boquiabertos. Vim embora com a impressão de que sabemos muito pouco sobre alguns países. O Panamá era o lugar mais improvável que eu poderia conhecer, mas, por isso mesmo, saí de lá completamente impressionada. Julgar por antecipação é um grande erro. Um erro da extensão do Canal do Panamá.
 
          

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

SAINT MARTIN / SINT MAARTEN, CARIBE

        Uma ilha no meio do Caribe, dividida ao meio por holandeses e franceses, em uma linha imaginária, mas que faz toda a diferença entre um lado e outro do mapa.
         Com essa ideia de diferenças é que chegamos ao aeroporto mais arrumadinho do Caribe. O nosso Hotel ficava do lado holandês, bem do lado das praias lindíssimas. O Sonesta Maho Beach era estratégico e ficava aos pés da praia mais curiosa de todas: a "praia dos aviões".
          O espetáculo mais legal da ilha é assistir a chegada e a partida dos aviões do aeroporto cuja pista começa aonde a areia termina. Ir à praia e observar um pontinho luminoso surgir e agigantar-se em poucos minutos em um som ensurdecedor, tirando rasante da sua cabeça, ainda mais se for um KLM de dois andares, é a aventura da ilha. Quando levantam voo já é um pouco mais complicado, porque as turbinas esquentam e jogam um vento muito quente e pode arremessar as pessoas à água. Uma prancha no canto esquerdo da praia indica os horários dos aviões.
Aviões pequenos e grandes chegam ao aeroporto

Maho Beach é a praia de onde se avista os aviões

KLM se aproximando do Princess Juliana (aeroporto)

         Mas Sint Maarten é muito mais do que uma ilhota no Caribe perdida entre muitas. Tem um clima de liberdade, diferente das demais. Não é toda montadinha como Aruba e, para se chegar às praias, é preciso pegar um carro e desbravar. Passar o dia longe do Hotel, comer por ali, alugar uma cadeira de praia.
         Há a história do furacão Andrew que devastou um Resort e um campo de Golf perto de Mullet Bay em 2005, além de ter causado muita destruição em toda a ilha. De fato, passamos pelos campos abandonados e casas destruídas, até hoje deixadas do mesmo jeito, como a lembrar que a natureza tem lá os seus momentos de fúria. 
Vestígios do Furacão Andrew que passou em 2005

         Mullet Bay é uma das praias donas de um azul vibrante. As ondas de Mullet Bay podem dar tombos nos desavisados, mas a praia é show. É meio hyppie, meio tudo no meio do nada do mar do Caribe. Existem muitas praias no lado holandês que podem ser exploradas. Perto do centro, em Philipsburg (a capital do lado holandês), há a Great Bay, uma super praia próxima à orla mais requisitada da ilha. A principal rua de Philipsburg traz muitas grifes e joalherias. Muito bom passar o tempo por lá, apesar de tudo fechar cedo, tão logo os navios de Cruzeiro se retiram.
          E Sint Maarten tem lá os seus mistérios... É um tanto espalhada, praias a serem descobertas, ruas a percorrer e descobrir universos à parte conforme os dias passam. A ilha não se revela logo de cara. É preciso ser curioso para vê-la mais a fundo.
Mullet Bay
Philipsburg, capital do lado holandês

Great Bay
         O lado francês traz mais charme do que praias legais. Sua capital Marigot é muito arrumadinha e cheia de restaurantes em frente a uma marina cheia de iates. Mas não posso deixar de citar a Orient Bay, a mais bem estruturada de todas as praias da ilha.
Marina em Marigot

Marigot, capital do lado francês
Orient Bay (Baíe Orientale) 

         O som caribenho ecoa até hoje em meus ouvidos quando me lembro das músicas que dominam os dias e as noites daquele povo. Caribe na veia, azul de arder os olhos, uma divisão de domínios que podem até fazer sentido para eles, mas que no calor da viagem, não faz a menor diferença no fim das contas.
Vista de Great Bay

         Quando chegou a hora de regressar, imaginei alguns turistas fazendo festa na praia de Maho Beach com o arrepiante tremor das turbinas de nosso avião a arrastar areia e sal para dentro do mar. As férias haviam acabado para mim, mas Sint Maarten se renova a cada turbina que chega e parte para outros verões. É sempre verão e festa por lá, apesar da lembrança e o assombro dos furacões.