Santiago é a alma de um país vibrante, com muitos contrastes. Uma alma bem moderninha, que não deixa o seu passado esmorecer. São tantas as afinidades entre o velho e o novo, que chega a ser curioso ver o mix de arquiteturas.
Muitas lembranças desta história estão vivas nas esquinas de Santiago. O seu Centro é muito pequeno e fácil de ser explorado. Na Plaza de Armas, as atrações estão ao alcance de um quadrante, assim como os prédios do Correo Central - antiga residência de Valdívia - , a Catedral e o Monumento a Los Pueblos Indigenas. A Plaza, em si, é bastante cheia de turistas e demais sul-americanos. A pé, chega-se facilmente ao Mercado Central, onde se pode comer muitíssimo bem frutos do mar, mas com o cuidado de recusar as insanas tentativas dos garçons de trazê-los para dentro de seus restaurantes. Para quem esteve no Mercado da Seda na China, isso foi nada...
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Mercado Central |
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Centolla - caranguejo gigante |
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Pisco no El Galeon, Mercado Central |
Além disso, o Centro oferece vistas do Palácio de la Moneda - a sede da Presidência chilena - passeios agradáveis pelas ruas de compras e a vista de prédios memoráveis em muitas esquinas. Hospedar-se no Centro pode ser uma boa quando se quer estar ao alcance de tudo. Porém, há um detalhe: estacionamento é bem complicado e jantar por ali não é uma boa pedida. As opções são poucas, dependendo da hora.
Com o desenvolvimento econômico do Chile na década de 1990, a cidade ganhou novos ares: Providencia, Vitacura e Las Condes são hoje bairros comerciais e residencias mais modernos, com largas avenidas e com a cara da riqueza... Shoppings bem arrumados e arranha-céus convencem-nos de que Santiago é um local muito agradável de se explorar não somente como aventureiro. É bem possível que você saia do Chile mais impressionado do que esperava estar quando chegou.
Saindo um pouco de Santiago, mas ainda em seu entorno, é possível apreciar os prazeres do vinho nas visitas às vinícolas famosas, como Concha y Toro, Undurraga, Santa Rita e muitas outras, onde se pode saborear vinhos com a uva de origem francesa, mas que se adaptou quase que exclusivamente ao clima da região chilena: Carménère.
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Concha y Toro |
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Concha y Toro |
Santiago é um contraste entre várias situações: o passado e o presente se misturam e convivem numa boa. Um é parte do outro. A natureza e a complexidade de uma metrópole com alma inca se interceptam aos pés das Cordilheiras dos Andes, ou onde quer que nossos olhos alcancem.
Quando a neblina assenta ao mais leve respingar da chuva, quando a neve escorrega pelas encostas branquinhas e imponentes daquelas montanhas, vê-se mais claramente o que todos sabem: o homem pode usar de seus recursos, tentar mudar seu curso, mas quando ergue os olhos e vê o tamanho da encrenca intransponível bem ali na sua frente, ele até tenta...mas é impossível não estar consciente de que deve haver um limite. Ainda bem que para nós, turistas, nosso limite está apenas ao alcance das fotografias. E Santiago rende muitas delas, muitas histórias, muito respeito pela natureza. Quanto mais ela imponente se anuncia, mas impotente o homem se denuncia.
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Vista do Cerro San Cristóbal |
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Vista aérea da Cordilheira dos Andes |
Ao regressar para casa, sobrevoando a fantástica Cordilheira dos Andes, o silêncio se fez gigante diante da vastidão das montanhas que ousamos cruzar. Naquele momento entendi que sim, somos infinitamente menores. Voltando então à realidade da metrópole, Santiago estava de ótimo tamanho para os meus sonhos.
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