terça-feira, 30 de abril de 2013

PARIS, UMA HISTÓRIA PARTICULAR

       Há muito o que se falar de Paris! Aliás, Paris dá o que falar o tempo todo: é o centro da arte, da moda, tem uma vasta gastronomia e é o centro do universo no que há de mais sofisticado. Em meio a tantas coisas, fica difícil se situar em algum ponto que não tenha sido já repetidamente explorado. Por isso, não quero falar nada que não tenha sido a minha experiência pessoal, com um olhar único e iluminado do que pude ver da cidade-luz.
      Ao desembarcar em nossa primeira viagem pela Europa, houve um misto de deslumbramento e ansiedade que me tomaram de assalto. Como é de praxe, um bom planejamento faz toda a diferença para se chegar ao Hotel da forma mais econômica possível (trem e metrô). Mas na Europa isso faz mais sentido ainda. Há um detalhe: apesar de muito bem servida pelo metrô, as estações de Paris em geral não oferecem acessibilidade. Subir e descer as escadas com as malas é, por si só, um dos maiores desafios da viagem! O resto é curtição.
      Como não se envolver logo de cara com a possibilidade de subir a Torre Eiffel de forma tão afoita quanto se escalaria o Everest? Não havia como esperar. A ansiedade era tanta que as muitas horas de voo e o cansaço do sobe e desce com malas nas escadarias do metrô não foram qualquer empecilho.
     Acabamos optando por subir de escadas até o nível que isso seria possível e, teríamos nos arrependido, não fosse a linda vista e a sensação de se estar ganhando o mundo. Poderíamos ter ido de elevador. Mas não seria tão duradouro e inesquecível. A obra de 1889 é, de fato, um símbolo de identidade de Paris com o mundo. Construída para comemorar o centenário da Revolução Francesa e figurar como atração na porta de entrada da Expo Mundial daquele ano, a Torre Eiffel foi escolhida depois da realização de um concurso para escolher o melhor projeto. Gustave Eiffel, que já havia trabalhado na construção da estrutura metálica da Estátua da Liberdade, saiu vitorioso, mas ainda teve que enfrentar as críticas de artistas da época, que enfaticamente protestaram contra a sua construção.
Lá do alto, seus caminhos fazem retumbar em nossas mentes uma sensação do ideal revolucionário que mudou a história do mundo. Sua estrutura metálica é de uma imponência ímpar sobre o bom gosto da cidade iluminada. Ao entardecer, seus desenhos aos pés do Sena e a vastidão de Paris lá embaixo nos arremessam de vez no clima da viagem.
Torre Eiffel ao entardecer

Vista da Torre Eiffel
Museu do Louvre
       Rasgar as ruas apaixonantes de Paris é uma tarefa sutil e encantadora. Em Les Invalidées, há muito o que ver no Musée de L'Armé (Napoleão e o seu cavalo branco - e raquítico - estão por lá). Seguindo adiante: Ponte Alexandre III, a mais linda de todas, às margens do Sena. Grand Palais, Petit Palais... até alcançarmos a Place de La Concorde, local do obelisco dado por Luxor e da velha guilhotina, onde foram decapitados Luís XVI e Maria Antonieta. Agradável é alcançar o Jardins de Touleries e, logo à frente, a visita imperdível de Paris: o Museu do Louvre. Lá, gasta-se o tempo que quiser. Pode-se ficar muito ou pouco, mas o fato é não se pode deixar de ficar impressionado diante de obras como a Monalisa, Vênus de Milo, entre tantas outras.
    Mas Paris tem muito mais do que isso. Dentre tantas possibilidades, há  L'Operá e os convidativos cafés espalhados em cada esquina (como o Café de La Paix). Há a Champs Elysées e as chamativas lojas que a ladeiam. Há também o magnífico Arco do Triunfo - centro que distribui 12 largas avenidas e nos arrebata. Além disso, há os Jardins de Luxemburgo, Quartier Latin, Boulevard St. Michel e seus arredores. Mas seria necessário muito mais tempo em Paris para sair do básico de uma primeira viagem e descortinar suas entrelinhas.
Musée de L'Armée
Champs Elysées e o Arco do Triunfo
      Além da beleza de suas obras tão fantásticas, do romantismo impresso em seus prédios transcedentais, Paris tem cheiro de glamour e de história no ar. O Palácio de Versailles - afastado da Paris propriamente dita – é uma visita obrigatória, mas impactante. 
       Não há como não tropeçar em história e reviver o que se imaginava nos livros. O tempo, invariavelmente, fica um pouco confuso. Os rostos nas paredes parecem perdidos em uma história que não reconhecemos em nosso íntimo, mas simultaneamente parecem familiares ao nosso tempo de escola. Entre os corredores, os cômodos, os aposentos e os jardins magníficos de Versailles sucumbiram segredos que não fizeram a curva da história. Quanto tempo exatamente ela demanda para se afastar definitivamente de nós e sujeitar-se às excentricidades que reconhecemos em seus personagens, muito mais do que a sua real imponência? Naqueles jardins construídos meticulosamente por alguém, para alguém, o que havia se perdeu no vão do tempo. As pessoas se tornam personagens em nossa imaginação. A história deixa muitas lacunas em nossas mentes que ninguém é capaz de preencher. Os últimos saíram pé ante pé sem sequer apagar a luz.
Palácio de Versailles

Sala dos Espelhos

Jardins de Versailles
      Sim, mas Paris nos permite fazer da nossa própria história algo tão peculiar (para nós mesmos, claro) por alguns instantes, e esses instantes vão se estender e durar a vida inteira. Momentos como andar no Bateaux Mouche, caminhar margeando o Sena, tornam-se inesquecíveis. Vislumbres de Paris de ângulos imprevisíveis. Ver a Catedral de Notre-Dame, contornar a Île de La Cité, visitar o Museu D'Orsay... e, finalmente, viajar de vez nas Galerias Lafayette!


Passeio de Bateaux Mouche pelo Sena

Catedral de Notre Dame

Jardins de Luxemburgo
Ruas de Paris
       Uma pena não termos tido tempo de chegar a Montmatre, a colina boêmia da cidade-luz, onde se reuniam figuras como Degas, Cézanne, Renoir, Monet e Van Gogh. Até os dias de hoje é reduto de artistas e o seu charme é de fama internacional. Montmatre também revela seus segredos, como seus cabarés – e o famoso Moulin Rouge, com suas dançarinas de cancan. A Sacré-Coeur, uma das mais lindas Igrejas de Paris, também se apresenta imponente na colina. Apenas a avistamos de longe, de outro ponto de Paris. Não ter chegado a Montmatre talvez tenha sido um grande sacrilégio. Mas pensando bem, é um grande motivo para voltar à cidade.
Caminho para L'Opera
Importantes monarcas desenharam os capítulos da história da França. Os reis franceses serão sempre lembrados como símbolo de ostentação e poder: Carlos V, Luís XVIII, Luís XIV – o Rei Sol – e Luís XVI, quando houve a queda da Bastilha e a República tomou lugar da Monarquia, através dos ideais da Liberdade, Igualdade e Fraternidade que ressoaram mundo afora. Napoleão levou a França de volta ao Império depois de um golpe bem sucedido. E tudo isso tão vivo, tão vivo naquelas ruas cinzas! A história a um passo dos muitos anos que nos separam. E tão moderna, Paris, tão vigorosa! Tão vigorosa que nos perdemos nessa dimensão louca entre passado e presente, entre os séculos em que estivemos ausentes.
Croissants exalando seu doce sabor, enquanto atravessávamos apressados as muitas esquinas de Paris. Cafés lotados de pessoas curtindo a vida de uma forma charmosa e peculiar, tropeçando em uma história que de vez em quando até deixávamos de lado para assimilar tudo o que se apresentava a nossa frente. E nós dois, meu marido e eu, tentando ganhar o mundo, tentando desgustar Paris antes de digeri-la. Cada passo entre suas ruelas escondidas revelava um novo sabor e íamos tomando gosto pela cidade apaixonante. Depois de alguns dias, estávamos totalmente rendidos por tudo o que vimos e captamos.
         Para quem ainda não conhece Paris, afirmo: sim, Paris tem todos os motivos para ser o centro do Universo. Se Galileu não tivesse provado o contrário, eu até acreditaria que o mundo, o Sol e todos os astros é que giram em torno dela. E a história, por lá, não parou no tempo. A história gira, gira, gira ao redor de todas as cabeças pensantes que a foram decifrar de alguma maneira. Nenhuma história, de lugar algum, subsiste sem ter dado um rasante, ao menos, em Paris. E depois que se passa por ela, nem que seja por alguns míseros instantes, a história muda, a visão de mundo é outra, e se sai de lá acreditando que se ganhou alguma importância. Paris tem esse poder de mudar qualquer coisa, inclusive as pessoas. E de deixar muita saudade.
   

sábado, 13 de abril de 2013

NEW YORK COM AS CRIANÇAS - UMA AVENTURA!!!

      Começando pela aventura das horas intermináveis de voo, e pelos perrengues que enfrentamos com o caçulinha (pneumonia) antes da viagem, por um instante acreditei que seria impossível ir a NY desta vez para apresentá-la aos meninos. Mas feche os olhos e acredite... Não, não foi assim tão simples como os sonhos americanos parecem ser. Foi bem difícil chegar até lá. Mas não é que deu certo?
      Depois de tanta insistência por parte das crianças, acabei cedendo ao que pareceria jamais dar certo. Afinal, já entendi (também depois de levá-los a Vegas), que é muito, muito mais fácil (ainda assim nem tão fácil), levá-los à praia, à Disney e à casa dos avós (rsrsrs). Prestes a aterrissar, ver NY lá do alto, depois de tantas dúvidas, deu-me um alívio incrível. Foi como chegar na terra que acolhe o mundo, e que nos acolheria mais uma vez. NY pode ser tão familiar e cinematográfica quanto um universo surreal!

Empire State
Memorial do World Trade Center
Estátua da Liberdade
     Nunca pensei que as crianças amariam de fato naquele lugar. Nós, adultos, vibramos com a 5a. Avenida e tantas outras que nos norteiam naqueles espaços. Para as crianças, poderia parecer que seriam apenas ruas e ruas para encarar no calor de junho... Mas não...O que de fato importa para eles é que em NY se encontra Donuts em cada esquina (rsrs).
    Além do mais, NY pode parecer um cenário de video game, ou trazer a última inovação do Pokemon...na sede mundial da Nintendo World. Os olhinhos deles se perdem na imensidão de uma cidade que tem tudo o que eles amam no cinema. Imaginar por onde o Homem-Aranha transitava ou em quais prédios lançava a sua teia, conhecer o zoo de onde os animaizinhos da animação Madagascar  fugiram, ou imaginar onde estariam os azuizinhos Smurfs! Muito bom... A aventura estava apenas começando...

Charging Bull - Wall Street

Ruas de NY
Luigi com Pokemon na Nintendo World
Caminhando por NY
Chegando ao Central Park
Times Square
     Estátua da Liberdade, a imensidão do Empire State Building, o silêncio do Memorial do World Trade Center e a inexplicável atitude desumana que tento descrever para eles, que não viveram este dia, mas não consigo. Os dinossauros incríveis do Museu de História Natural parecem ganhar vida. Memórias de Lennon no Dakota Building, para eles que aprenderam a amar os Beatles...(e que eles também gostariam que ainda estivesse vivo). Central Park e suas inúmeras possibilidades...
      NY é definitivamente um lugar para todas as idades, porque entrar no clima é inevitável. Criança amadurece conhecimentos e adultos se divertem com o que seria para criança.

Museu de História Natural
Central Park

    Todos os olhos, independentemente da idade, ficam atônitos em meio às luzes da Times Square! Times, um sonho para quem não dorme. E tudo, tudo o que se sonhou, bem ao alcance das mãos, começando pelo M & M World... Fao Schwarz, Toy'R Us, Lego... (paraíso para crianças), Apple Store (paraíso dos adultos)...

M & M World

Apple Store
    Como em um filme, em que o impossível ganha forma em cenas improváveis, a nossa viagem a NY em família foi apaixonante e recomendável. Eu diria que a vida sem aventuras não vale a pena. Mesmo que a aventura não seja escalar o Kilimandjaro, ou atravessar o Cabo das Agulhas, mas sim uma linha tênue entre o conforto da sua casa e as ruas de New York com as crianças. 
    Ávidos por conhecer o mundo, as ruas de NY foram por si só uma imensidão. NY é um resumo de tudo e não foi feita só para adultos!